domingo, 10 de novembro de 2019

SHORTCUTZ PORTO #247

SHORTCUTZ PORTO #247

13 DE NOVEMBRO ÀS 22 HORAS 
ENTRADA GRATUITA
MAUS HÁBITOS 


Chatear-me-ia morrer tão joveeeem...  do realizador Filipe Abranches

A história de um soldado português que parte para os campos de batalha na Flandres. A sua máscara de gás irá acompanhá-lo pelos corredores estreitos das trincheiras onde irá tomar contacto com os horrores da Grande Guerra. Ao inalar o gás mostarda, pela primeira vez usado como arma química, será sujeito a uma sequência de visões de figuras. Estes novos personagens são vítimas e simbolicamente dão-nos a sua visão daquela catástrofe. Já muito debilitado, Tiago, o soldado, encontra uma estratégia para escapar dali ajudado por uma rã. Rasteja sob o nevoeiro amarelo que não chega nunca a tocar o solo para ser finalmente salvo por uma família francesa. A história chegou até aos descendentes de Tiago que descobriram fotos daquela família e do próprio soldado em pose e trajando a sua farda.






O Homem Eterno do realizador Luís Costa 

Bernardino Fernandes emigrou para o Canadá em 63. Ao longo de duas décadas filmou centenas de bobines Super 8, organizando-as de forma metódica e obsessiva. O Homem eterno termina um processo antigo, transformando a vontade de cinema de Bernardino num filme sobre as imagens da sua memória.


Convidado especial 
Tales Frey apresenta APARELHO
de 14 de novembro a 30 de dezembro nos Maus Hábitos
Abertura às 21h30





No violento e autoritário contexto da ditadura militar brasileira (1964-1985), denominava-se “aparelho” o local onde um determinado grupo de ativistas de ideais afins e contrários ao governo da época se agrupava para organizar reuniões, maquinar estratégias, guardar materiais de propaganda, esconder armas, munições, dinheiro, entre outras coisas. O aparelho era também o ambiente (quase) seguro dessas pessoas, onde elas podiam se refugiar em situações de risco, partilhar suas aflições, mas também os seus desejos e as suas conquistas.



Tal triste período da história do Brasil foi recentemente despertado por facínoras da estirpe mais indigna e eis que, em 2016, a Constituição Brasileira foi seriamente ferida e um desonesto golpe de estado abriu caminho para que, em 2018, um sociopata – que literalmente exaltou um torturador como herói – conseguisse chegar à presidência por meio de uma eleição comprovadamente pautada na fraude, na calúnia e difamação por meio das fake news e na mais completa má-fé.

A exposição “Aparelho” – a qual dá continuidade temática à “Adorno Político” (2018) – alia dezoito artistas com ideais políticos próximos na medida em que todXs se opõem ao atual regime truculento brasileiro estruturado na mais nítida necropolítica, que combina neoliberalismo e fascismo, desumanizando existências e exterminando vidas em prol do capital. Em suas abordagens, tais artistas (também ativistas), em criações festivas, emancipadoras, sarcásticas, lúdicas ou simplesmente documentais, denunciam genocídios, repressões, preconceitos e retrocessos num ambiente de militância e afeto, onde podemos intuir o preparo para a batalha, mas também o cuidado para irmos fortes e conscientes para a luta.


Artistas:
Alice Yura, Arissana Pataxó, DUDX, Ed Marte, Grasiele Sousa a.k.a Cabelódroma, Helô Sanvoy, Letícia Maia, Marcela Tiboni, Marie Carangi, Maurício Ianês, Orlando Vieira Francisco, Panmela Castro, Paul Setubal, Paulo Aureliano da Mata, Pêdra Costa, Priscilla Davanzo, Sama e Yhuri Cruz

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